
A alopecia em mulheres com câncer de mama
O câncer de mama é o tumor mais comum da mulher, compreendendo ¼ dos tumores diagnosticados em todo o mundo. As taxas de mortalidade por câncer de mama diminuíram consideravelmente nos últimos anos devido ao novos esquemas de quimioterapia e hormonioterapia adjuvantes. No entanto, esses tratamentos estão associados com a perda do cabelo que afeta até 65% das mulheres, sendo o efeito colateral mas temido e indesejado pelas pacientes.
A queda de cabelo conhecida como alopecia começa de 1 a 3 semanas após o início da terapia e é geralmente reversível com a recuperação ocorrendo entre 3 a 6 meses após o encerramento do tratamento.
A persistência da alopecia que ocorre em algumas mulheres é pouco compreendida e um grupo de especialistas capitaneados pelo doutor Bevin Bhoyrul, da clínica de dermatologia Sinclair de Melbourne, Australia publicou recentemente um estudo que tenta entender esse fenômeno, buscando maneiras de trata-lo de maneira eficiente.
Notaram que os esquemas de quimioterapia que continham taxano na sua formulação foram os maiores responsáveis pela alopecia permanente e que se caracterizava por alopecia de padrão androgênico, ou seja, semelhante ao que ocorre em grande parte dos homens.
O tratamento com Minoxidil tópico e oral, associado a terapia anti-androgênica mostrou-se eficiente no tratamento dessa patologia. Com duração variável de 17 a 28 meses, houve melhora da alopécia na maioria das pacientes. Esses bons resultados fizeram com que os autores propusessem uma alteração na nomenclatura de alopecia permanente para alopecia persistente, pois a condição é passível de tratamento e a melhora ocorre em grande parte das mulheres.
Referência:
Bhoyrul et al. JAMA Dermatol. doi:10.1001/jamadermatol.2021.3676
Published online September 29, 2021.