Infecções Respiratórias: simples ou múltiplas?
Saber se uma infecção respiratória é causada por um único microrganismo ou por vários ao mesmo tempo é essencial para que o tratamento seja feito da forma eficaz. Muitas infecções respiratórias (gripe, COVID-19 ou resfriado comum) causam sintomas muito parecidos, como tosse, febre e dor de garganta. Por isso, é difícil saber exatamente o que está causando o problema só com base nos sintomas. Os testes chamados “PCR painéis respiratórios” ajudam bastante nessas situações. Com apenas uma amostra do nariz ou da garganta, é possível identificar vários vírus e bactérias ao mesmo tempo, permitindo um diagnóstico mais rápido e preciso.
Essa informação é muito útil para os médicos porque o tratamento depende do tipo de microrganismo que está causando a infecção. Antibióticos, por exemplo, funcionam contra bactérias, mas não contra vírus. Já antivirais podem ser usados para tratar doenças como a gripe, se forem iniciados a tempo. E se a pessoa estiver com uma coinfecção — ou seja, mais de um agente infeccioso ao mesmo tempo — pode ser necessário usar mais de um tipo de medicamento. Acertar no tratamento desde o início ajuda a evitar complicações, melhora a recuperação e evita o uso desnecessário de medicamentos.
As coinfecções, quando dois ou mais germes atacam ao mesmo tempo, podem deixar a pessoa mais vulnerável e aumentar o risco de hospitalização ou complicações. Estudos mostram que essas infecções combinadas podem ser mais graves do que infecções isoladas. Por isso, identificar cedo se há mais de um agente envolvido permite um cuidado mais atento, monitoramento mais próximo e início rápido do tratamento. Isto pode fazer toda a diferença na recuperação.
Além de ajudar no tratamento individual, o uso de painéis de PCR também contribui para proteger outras pessoas. Quando se sabe exatamente qual vírus ou bactéria está envolvido, é possível adotar medidas de isolamento adequadas, principalmente em locais como hospitais, escolas ou casas de repouso. Isso ajuda a evitar que a infecção se espalhe. Além disso, essas informações são valiosas para os serviços de saúde pública, que podem rastrear surtos e entender melhor quais combinações de microrganismos representam maior risco para a população.
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Referências:
Brendish NJ et al. (2017) Lancet Respiratory Medicine
Goka EA et al. (2015) Epidemiology and Infection
Morris DE, et al (2017) Frontiers in Microbiology
Uyeki TM et al. (2019) Clinical Infectious Diseases
