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microbioma vaginal

Cuidar do microbioma vaginal ajuda a prevenir o parto prematuro

O microbioma vaginal é o conjunto de bactérias e outros microrganismos que vivem naturalmente na vagina, desempenhando um papel importante na manutenção da saúde íntima. Na maioria das mulheres saudáveis, esse microbioma é dominado por bactérias chamadas lactobacilos, que ajudam a manter o ambiente vaginal levemente ácido. Esse grau de acidez funciona como uma defesa natural contra infecções, dificultando o crescimento de microrganismos nocivos.

Quando esse equilíbrio é alterado — condição conhecida como disbiose — a proteção natural da vagina diminui, aumentando o risco de infecções e outras complicações. Uma dessas possíveis complicações é o parto prematuro, definido como nascimento antes de 37 semanas de gestação, onde os bebês prematuros podem apresentar problemas respiratórios, de alimentação e de desenvolvimento. Pesquisas indicam que a presença aumentada de certas bactérias, como Gardnerella, Atopobium ou Prevotella, pode causar inflamação na região íntima. Essa inflamação pode alcançar o útero e aumentar o risco de o bebê nascer antes do tempo.

Vários estudos têm investigado a relação entre disbiose vaginal e parto prematuro. Um estudo de 2019 publicado na revista Nature Medicine mostrou que certos padrões do microbioma vaginal estavam associados a um risco maior de parto prematuro, especialmente em mulheres de ascendência africana [Callahan et al., 2019]. Outro estudo, na Frontiers in Microbiology, explicou como a disbiose pode causar inflamação e enfraquecer as membranas que protegem o bebê, tornando o parto prematuro mais provável [Kosti et al., 2020]. Uma revisão publicada na The Lancet reforçou a importância de manter um microbioma vaginal equilibrado durante a gestação para reduzir riscos tanto para a mãe quanto para o bebê [Chawanpaiboon et al., 2019].

Embora os estudos ainda estejam em andamento, os pesquisadores acreditam que cuidar da saúde do microbioma vaginal pode ajudar a prevenir complicações na gravidez. Isso pode incluir o uso de probióticos específicos, uma alimentação equilibrada ou o uso consciente de antibióticos. Se você está grávida ou planejando engravidar, vale a pena conversar com seu médico ou ginecologista sobre a saúde íntima como parte do seu pré-natal.

Encodexa.

Referências

Callahan, B. J. et al. (2019). Nature Medicine, 25(3), 431–441.
Chawanpaiboon, S. et al. (2019).. The Lancet Global Health, 7(1), e37–e46.
Kosti, I., et al. (2020). Frontiers in Microbiology, 11, 613.