
Reanálise de Sequenciamento do Exoma
A reanálise de dados de sequenciamento do exoma envolve a revisão de informações genéticas analisadas anteriormente para potencialmente identificar novos diagnósticos ou refinar os existentes, o que é uma de suas vantagens significativas. A seguir, uma breve visão do que isso significa e por que é importante.
Após a realização do sequenciamento do exoma, os dados brutos da sequência podem ser armazenados e reanalisados no futuro, sem a necessidade de ressequenciar o DNA do paciente. Isso é possível porque toda a região codificadora do genoma já está capturada, os pipelines de bioinformática podem ser atualizados ou reexecutados e novas associações gene-doença são continuamente descobertas.
A reanálise é extraordinária porque doenças raras podem não ter sido associadas a genes específicos no momento da análise inicial, pela falta de número de casos anotados e que estatisticamente comprovem a conexão da variante de algum gene com determinada doença. A reanálise pode revelar variantes patogênicas à medida que o conhecimento evolui.
Os bancos de dados como ClinVar, gnomAD ou HGMD são constantemente atualizados com novas classificações de variantes, possibilitando a reclassificação de variantes de significância incerta e denominadas pela abreviação VUS.
Da mesma forma as diretrizes do ACMG para interpretação de variantes são atualizadas periodicamente, o que pode afetar a forma como as variantes são classificadas.
Finalmente à medida que a apresentação clínica do paciente se torna mais clara ao longo do tempo, a reanálise pode identificar variantes relevantes anteriormente negligenciadas.
Mas, quando reanalisar? O ideal é que, se houver necessidade de reanálise, sugere-se que seja feita entre 12 e 24 meses após o teste inicial. Por outro lado, deve-se pedir reanálise quando novos sintomas surgem ou o diagnóstico permanece inconclusivo, ou como exposto anteriormente, quando ocorrem atualizações importantes em bancos de dados genômicos ou diretrizes clínicas.
Referências
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