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Alcoolismo

Alcoolismo

A Organização Mundial da Saúde sinaliza que o uso abusivo de álcool tem alcançado proporções epidêmicas em certas regiões do mundo e que no Brasil seu consumo acelerou-se nas últimas décadas alcançando 9 litros por ano.

O álcool é uma substância psicoativa que pode causar dependência e imagina-se que no Brasil 13% dos consumidores apresentam um quadro variável de dependência alcoólica. São indivíduos que dão prioridade ao uso da substância em detrimento a outras atividades com aumento progressivo da sua tolerância e por vezes estado de abstinência física.

A taxa a ser paga pelo organismo é a doença hepática alcoólica que constitui a doença hepática crônica mais prevalente em todo o mundo. Ela progride de fígado gorduroso alcoólico chamado esteatose para esteatohepatite alcoólica quando fica caracterizada a inflamação hepática.

Essa inflamação crônica pode eventualmente levar à fibrose e cirrose e, em alguns casos, ao câncer hepatocelular. Mais importante, casos graves de esteatohepatite alcoólica podem ter apresentação clínica aguda de doença hepática alcoólica associada a insuficiência hepática com altas taxas de mortalidade.

A maioria dos indivíduos que consome mais de 40 g de álcool por dia desenvolve esteatohepatite, no entanto, apenas um subconjunto de indivíduos desenvolverá uma doença mais avançada. A Organização Mundial de Saúde estabelece que uma dose de bebida alcoólica varia de 10 a 12 gramas de álcool puro. Isso na prática é o equivalente a uma lata de cerveja ou chope (330 ml), uma taça de vinho (100 ml) ou uma dose de destilado (30 ml).

Vários fatores na sua patogênese podem explicar a variação interindividual na apresentação da doença hepática alcoólica.

A patogênese da doença hepática alcoólica inclui esteatose hepática, estresse oxidativo com geração excessiva de radicais livres, inflamação induzida por citocinas e toxicidade mediada por acetaldeído. Esta última ocorre quando o álcool ingerido é metabolizado no fígado pela ação de uma enzima que o converte em acetaldeído. Este tem seu metabolismo lento e mesmo em pequenas concentrações é tóxico para o organismo. O acetaldeído também é responsável pela ressaca constituída por vermelhidão facial, cefaleia, taquicardia, tontura e náuseas.

O diagnóstico de doença hepática alcoólica envolve a avaliação do grau de esteatohepatite e fibrose hepática determinados por ultrassonografia, elastografia, ressonância magnética, biomarcadores séricos e biópsia hepática. A intervenção psicossomática é o melhor tratamento para abstinência de álcool e no caso de doença avançada, como cirrose ou câncer, pode ser necessário o transplante hepático.

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